Parece ser a tática mais equivocada da
politica, mas não é. Como a redemocratização brasileira a configuração partidária
vem se modelando ao passar do tempo.
Até o governo de Collor de Mello tínhamos
bem definidos no cenário politico, quem era de esquerda não se misturava com
quem era da direita e vice-versa.
Com a fundação do PT isso fica muito
mais evidente e com a sua ascenção aos governos municipais e estaduais é
introduzido na politica o chamado “Modo
Petista de Governar” dando ótimos resultados na forma de gestão das coisas
publicas, criando-se o modismo Petista.
O que era feio se torna belo, quem eram
os barbudos comedores de criancinhas foram domesticados e ficou claro que
concorrer pelo PT era garantir as eleições.
E a direita rapidamente percebe que
esta era a tática correta e passa a filiar-se em massa nas fileiras partidárias
do PT e aqueles que não podiam ou ainda tinham algum purismo ideológico (aqui
em Viamão, nem isso há) para esta filiação constroem maioria em seus partidos
originais e se aliam ao PT para assim estar em uma parcela de poder ou em
muitos casos dividi-lo.
Mas, esta “divisão” se acaba quando
das votações nos legislativos porque a direita vota única como nunca em
questões de seu interesse de classe, vide votação do Código Florestal
Brasileiro.
No Congresso Nacional podemos ver isso
nitidamente, pois o PMDB e o PSDB possuem entre os seus eleitos mais donos de
grandes extensões de terra. No PSDB os seus Prefeitos possuem mais de 21% do
total de 1,16 milhão de hectares declarados ao Tribunal Eleitoral em 2008.
O PMDB tem 20% das terras nas mãos de políticos
do poder executivo. Entre os parlamentares eleitos em 2010, o PMDB também possui
21% das terras declaradas, ou seja, 95 mil hectares dos 415 mil hectares
declarados.
Somente entre os Prefeitos brasileiros
PMDB, PSDB, PR e PP possuem a maioria do latifúndio do país, mas eles estão em
partidos antes “imunes” a essa classe como o PT, o PV, o PPS e do PSB.
No parlamento o latifúndio concentra a
sua maioria no DEM. Com isso somente quatro deputados do PMDB votaram contra as
alterações que descaracterizaram o projeto original do Código Florestal e 70 proporam
e aprovaram a lei da motosserra.
E por ai vai à ciranda da terra na politica
brasileira e com isso cada vez mais o dinheiro fica concentrado nas mãos de poucos.
Estes e outros números pode ser conferidos na
coluna de Juremir M. da Silva do jornal Correio do Povo de 9 de setembro
passado.
O escândalo é mais gritante ainda
porque quem elege o latifúndio, o industrial e o banqueiro ou quem eles bancam,
é o “Zé povinho” que na época de eleição se deixa comprar por meia dúzia de
pilas.
Aqui em Viamão temos varios candidatos
bancados por empresários e um deles, de um partido dito de esquerda, esta na
maior empresa do transporte coletivo da cidade, pois vi servidores da empresa
entrando com caixas de propaganda no interior da mesma e muitos de seus
trabalhadores se sentem constrangidos em pegar a propaganda de outro candidato
na frente do candidato da empresa.
Se você ainda duvida disso, observe
quem vão ser os eleitos aqui em Viamão. Os eleitos serão aqueles que mais
propaganda tem e que mais pessoas pagas dispõem para distribuir esta propaganda,
ou seja, aquele que tenha maior visibilidade e para isso acontecer tem que ter
muito dinheiro que não retorna em salários ao final de quatro anos ao politico.
Então esse dinheiro vira pela via da
corrupção como no caso do deputado mineiro do PMDB Paulo Piauí, relator do
Código Florestal, que casualmente recebeu do latifúndio 1.25 milhões de um
total de 2.3 milhões para sua campanha eleitoral.