Musica de
Max Gonzaga
“ Sou classe média
Papagaio de
todo telejornal
Eu acredito
Na
imparcialidade da revista semanal
Sou classe
média
Compro
roupa e gasolina no cartão
Odeio
"coletivos"...
As classes sociais são definidas por institutos de pesquisa e pela
sociologia a partir da renda e pela escolaridade das pessoas
desprezando a sua relação com a forma de propriedade e do sistema
de produção, ou seja, os proprietários dos meios de produção e
os não proprietários que são a força produtiva, os trabalhadores.
A classe média está fora desse poder econômico(do capital) e da
organização social (dos trabalhadores) porque sonha em ter aquele
poder e tem o pesadelo de “virar” classe trabalhadora.
A classe média está entre o mar e o rochedo como diz o ditado
popular, paga imposto porque é taxado na fonte pelo governo e por
isso fica indignada com os programas sociais dispensados aos 40
milhões de pessoas que estavam na linha da miséria garantindo-lhes
três refeições diárias, moradia e ensino.
Esta indignação é uma indignação mesquinha onde a classe média
se sente ameaçada pela nova classe trabalhadora que vem conquistando
direitos e a partir disso há a possibilidade de se tornar um futuro
concorrente em busca da utopia de se tornar o “dono do
capital/proprietário”.
Essa posição defendida pela classe média é antiga tendo em
vista o seu posicionamento politico ao lado das força reacionárias
como acontecera após o Comício dos Cem Mil que aconteceu em
1964, no Rio de Janeiro, em apoio as reformas do Governo Goulart
quando esta mesma classe média saiu na Marcha da Família com
Deus pela Liberdade que aconteceu em 1º de abril para derrubar
este governo eleito democraticamente.
E depois do golpe veio da classe média o maior apoio ideológico e
social a ditadura civil-militar.
Parte da intelectualidade (principalmente aqueles que estão nos
aparatos de governo) ,a classe média e aquela que esta no topo da
piramide social negam-se a compreender que no Brasil surgiu através
dos programas sociais criados pelos governos Lula e Dilma (PT) foi
uma Nova Classe Trabalhadora que
surge no momento em que vigora o capitalismo neoliberal.
Neste sistema tanto governo como esta nova classe trabalhadora (nas
devidas proporções) estão precarizados, fragmentados, enquanto
classe não possui formas de organização e de referencias que lhe
permitam ter clara identidade, nem formas de expressão na sociedade,
assim a nova classe trabalhadora é atraída por ideologias de classe
média, como a “teologia da prosperidade” pregada pelo
pentecostalismo e a do “empreendedorismo”, os chamados
micro-empresários.
Esta ideologia em nada muda a vida destas pessoas só acaba criando
um sentimento de magia com a realidade como se pudesse ter tudo a
hora que sentisse vontade em ter, ou seja, a “satisfação
imediata do desejo” que é uma poderosíssima arma utilizada
pela sociedade de consumo via meios de comunicação, aliado
importante do sistema capitalista.
Este sentimento mágico sem mediação social ou institucional é
umas das vertentes da violência, porque anula a mediação que deve
ter em qualquer tipo de desejo assim fazendo parte de um circulo
vicioso que produz mais violência na proporção que não se vê
atendido o desejo, principalmente o desejo de consumo, por exemplo: o
jovem da periferia quer um tênis da marca e a mãe, pobre, não tem
dinheiro para lhe dar, então ele acaba roubando e assim por diante.
Publicado no www.facebook.com/itamarssantos13 em 08-10-2013